domingo, 17 de maio de 2009

Comandantes e Comandados

Havia um pai que possuía uma barca para transporte de mercadorias e dois filhos que trabalhavam com ele. Um de seus filhos era o capitão da barca. O outro simplesmente ajudava aos demais serviçais a colocar os produtos nos porões da mesma. O filho capitão era cobrado intensamente pelo seu pai. Ao contrário, do outro filho ele não exigia nada.
O filho condutor se irritava com facilidade, insinuando que merecia posto melhor na barca. Não acreditava que ele, sendo filho, merecesse ficar ali junto dos serviçais enquanto seu irmão vivia no bem-bom. Um dia, o filho condutor questionou o pai:

- Por que meu irmão é o capitão da barca enquanto eu fico ali sujo, malcheiroso, junto dos demais empregados?

O pai, ao invés de responder-lhe, deu-lhe uma tarefa:

- Filho, estou ouvindo um barulho lá no porão que não é normal. Você poderia verificar do que se trata.

O filho, aborrecido pela falta de resposta, saiu para ver dó que se tratava o barulho. Minutos depois, voltou e disse ao seu pai que era uma gata que havia parido. O pai insistiu:

- Quantos filhotinhos são?

O filho foi verificar, voltou dizendo que eram cinco gatinhos. O pai perguntou novamente:

- Cinco gatinhos? Quantos machos e quantas fêmeas?

O filho novamente foi verificar. Voltou dizendo que eram quatro machos e uma fêmea. O pai, testando a paciência do filho, perguntou-lhe:

- Você poderia verificar com essa gata foi parar no porão:

O filho, já irritado. Foi e não descobriu com ela havia entrado na barca. O pai, obtendo essas respostas. Chamou o filho capitão e, em frente ao filho condutor disse-lhe:

- Capitão, estou ouvindo um barulho no porão que não é normal. Você poderia verificar do que se trata?

O capitão foi e após alguns minutos retornou dizendo:

- Pai, você precisa ver que gracinha, uma gatinha que entrou na barca no último porto em que estivemos e se alojou no porão para dar à luz cinco gatinhos: quatro machos e uma fêmea. Você precisa ver que beleza....

O pai olhando para filho condutor, disse-lhe:

- Você entendeu o porquê de você ter o emprego que tem?

Às vezes, estamos tão preocupados com o que os outros estão fazendo que esquecemos da importância de executarmos, e bem, todas as atividades que nos são confiadas! E você nasceu para comandar ou ser comandado?


Texto de Renato Dutra Pereira - Publicado no Jornal Diário de Santa Maria

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